sexta-feira, setembro 29, 2006

É d'hoje é...

Entrou no café directo ao balcão. O meridiano do cérebro, responsável pela gestão da gula, fixou-se naquele duchaise, aparentemente inofensivo. Para compor as coisas solicitou um café, que beberia sem açúcar, para amenizar as calorias.
Obteve de quem o atendia, uma piscadela de olho cúmplice e a informação de que o café estava já a sair mas que, com toda a certeza, não iria querer o tal, magnífico, duchaise.
Entretanto, o meridiano ainda estrebuchava e os canais por debaixo da língua já segregavam.
“Mas… humm… está na montra… humm… está reservado?… humm… vai consolar o meridiano de outro?… humm… é uma réplica de plástico…?”.
Observando a desilusão, o empregado deita então uma piscadela mais forçada acrescentando um sorriso comparsa, deixando à vista o amarelo da nicotina, os restos do seu próprio pequeno-almoço e a evidência da falta que faz um aparelho corrector. Tudo isto misturado com as suas verdadeiras intenções.
“Opps, então pode ser um pastel de nata”, flectiu ele na esperança de que, para além de serem do dia, o empregado fosse suficientemente seu “amigalhaço”.

A situação deixou-o com um dilema:
Passar a ir a outra pastelaria, onde não tinha “amigalhaços”, com todos os perigos inerentes à solta ou continuar a fomentar aquela “amizade” saudável (na sua verdadeira acepção), tendo o cuidado para nunca lhe escapar qualquer referência aos benefícios do uso regular de Sensodyne, contribuindo silenciosamente para as salmonelas de outros.
Decidiu aprender a fazer duchaises.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Gatos hipoalérgicos

Parece anedota, mas não é. Nos Estados Unidos já se vendem gatos hipoalérgicos, ou seja, gatos que não provocam alergias em nós, humanos. Os gatos hipoalérgicos diferem dos outros gatos pelo simples facto de não possuírem uma coisa que se chama glicoproteína Fel d1, que está depositada na saliva, no pêlo e na própria pele. Cada bichano custa 3 mil euros e já é longa a lista de encomendas. Miau, que cena!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Post-it, esse invento genial

Já ando há algum tempo a pensar escrever sobre estes papéis amarelos, por isso quando vi a foto de cima, pensei ‘não é tarde nem é cedo’. O post-it faz parte daquele pequeno grupo de invenções que considero geniais, como por exemplo o clip, a mola da roupa, o velcro ou o fecho éclair. Por que raio havia de ter sido um tal de Art Fry a inventar o post-it e não eu? Provavelmente, estão a pensar que tenho uma fixação qualquer pelos blocos amarelos. Se querem saber, às vezes chego a pensar que sim. Uso-os todos os dias, é neles que faço a lista das compras, tenho o monitor pejado deles, com números de telefone, nomes de bandas, pequenos apontamentos (não, não tenho nenhuma password). É de tal maneira que certa vez aconteceu uma colega ter-me visto preocupada, receando esquecer determinado assunto, e ter-me dito: ‘eh pá, põe uma lembrança no telemóvel!’. O que fiz no segundo seguinte? Peguei num post-it que tinha à frente, rabisquei e colei-o no telemóvel. E no segundo seguinte rimo-nos à farta da situação. Olhando para a foto, fico com a certeza do seguinte: era acordar algum dia com um daqueles na testa e, remédio santo, nunca mais ia usá-los na vida. Cortávamos relações. Eu com o post-it… e não só.

terça-feira, setembro 26, 2006

Intrigam-me as estatísticas

Como são sempre baseadas em números, servem para dar resultados objectivos. Normalmente, em cima delas, constituem-se padrões mostrando como se agrupam as diferentes classes que são avaliadas.
Até aqui tudo bem.

A porca só torce o rabo quando se definem as classes.

Quem as define? Com que critérios? O que é que é expectável acontecer/ser para integrar uma determinada classe?

Ontem no “Prós e Contras” dizia-se: “Os portugueses são muito formais!”. E então os que não o são? Passam a sê-lo? Deixam de ser portugueses e viram espanhóis? Terei de ser formal só porque uma padeira resolveu partir as fuças a uns tipos com fome?

Se há classes cuja definição é pacífica, outras há em que padronizar pode ser tarefa árdua, tendenciosa e/ou perigosa. Como é quando falamos de comportamentos?

Com que acuidade “alguém” estabelece cada caixinha? Com que certeza se pode aplaudir esses rótulos? Serão criteriosamente elaborados por estudiosos? Intelectuais do comportamento Humano que, através da indignação, são capazes de olhar para nós, simples mortais, apontando atitudes?

Como relatado aqui, Marshall McLuhan uma vez disse: “A indignação moral é uma técnica utilizada para conferir dignidade ao idiota.”.

Aqui fica a minha indignação!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Excepto os que têm medo do escuro

Sugestivo um dos cartazes que anuncia o filme de Alfonso Cuáron, Children of Men (por cá, Filhos do Homem). Sobre a história, li que nos transporta ao ano 2027, a um mundo caótico onde os humanos perderam, entre outras coisas, a capacidade de procriar. A salvação está nas mãos (neste caso na barriga) de uma mulher que engravida miraculosamente, e no homem que aceita a arriscada missão de fazê-la chegar, sã e salva, a um santuário situado no meio do mar. Aí, os cientistas tratarão de tentar salvar a humanidade. Clive Owen, Julianne Moore e Michael Caine são cabeças de cartaz. O filme estreia no final de Outubro e espero ir vê-lo ao cinema. Obrigatoriamente, de luz apagada.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Crónica de uma morte anunciada

ZÁS!!! Lá se foi…

E não se enganem com o sol que veio hoje (ou é amanhã nas bancas?) porque ele está aí para ficar.
Por mim, dei com ele da pior forma possível. Na casa de banho! Nada mais constrangedor. Onde a vulnerabilidade de um homem se eleva a níveis assustadores e somos todos iguais, excepto na escolha das cerâmicas.

Impossível não reparar nos risos cínicos do manípulo da torneira e eu, que nem sou muito “camarada”, lá fui obrigado a empurrá-lo ligeiramente para a esquerda. Juro que o ouvi gritar: “MAIS PRÁ ESQUERDA!!! MAIS PRÁ ESQUERDA!!!”, parecia que estava naquela festa da margem sul. E não é que ele tinha razão?

Mas foi hoje! (segundo o Observatório Astronómico da Ajuda, em 2006, até é amanhã) e não ontem, como muitos apregoaram nas rádios, que ele se apagou. Mas as pessoas já não levam reguadas por dizerem que o Outono começa a 21 de Setembro e não a 22, como se convencionou.

Mas uma coisa leva à outra e, depois de mais aquecido, dei comigo a pensar que a liberalização do mercado energético, marcada para o Inverno, encerra uma estratégia muito pouco inocente.

Enfim… ao que nos leva a pensar, um simples manípulo!

quinta-feira, setembro 21, 2006

Cine-opinião

Só me surpreendeu pelo facto de a Kim Basinger se ter aguentado sem soltar um único berro ao longo dos 106 minutos de película. De resto, é um Michael Douglas a desempenhar (como sempre) bem o papel que lhe compete, um Kiefer Sutherland a mostrar que o seu trabalho na série 24 Horas sempre serviu para alguma coisa e uma Eva Longoria… que agrada à classe masculina. A realização do Clark Johnson não está mal de todo, mas o argumento do George Nolfi deixa muito a desejar. Se soubesse que ia ser assim, já não tinha voltado à sala depois do intervalo. É razoável a primeira parte do Sentinela e, por causa disso, leva uma estrela do mar!


Classificação:

Sem estrela: De fugir a sete barbatanas.
* Quase tão mau como ficar com uma espinha presa na garganta.
** Come-se, mas é de difícil digestão.
*** Tão bom como degustar um belo peixe escalado. Nhami!
**** Arrepia as escamas de tão bom que é.

O Naso Lituratus e o Argonauta Argo encontraram-se os dois no fundo do mar...

... Bem-vindo, molusco.

Os luxos dos outros

Gosto de ouvir a Marylin Monroe cantar ‘Diamonds Are a Girl’s Best Friend’, mas não sinto, nem nunca senti, o menor fascínio por pedras preciosas. A tecnologia também não me deslumbra por aí além, só troco de telemóvel quando deixa de funcionar e nunca chego a conhecer-lhe todas as funcionalidades. É por isso que acho uma verdadeira barbaridade alguém dar-se ao luxo de pagar 296 mil euros por um Black Diamond, só porque é feito de titânio e tem uns diamantes incrustados. Mas enfim, há pelo menos três americanos, um russo e um sultão de Oman que não partilham da minha opinião. E mesmo que vos passe pela cabeça meter a cunha ao Pai Natal, nada feito. Só vão existir cinco em todo o mundo.

Já agora, será que a exclusividade vem incluída no preço, ou é paga à parte?

O regresso do Poeta

Vale a pena ver a entrevista de Bob Dylan ao 60 minutes.

terça-feira, setembro 19, 2006

Perfeição provoca bocejo

Todo o homem que deixou de ir ao barbeiro e passou a frequentar o cabeleireiro, recorre aos serviços da manicure, é adepto da cirurgia plástica, usa cosméticos (hidratantes, tapa olheiras, anti-rugas, etc.) e está atento às últimas tendências da moda masculina, é classificado de metrossexual. Aos que não cumprem à regra todos estes 'mandamentos', mas não são proprìamente descuidados com a imagem, são adeptos dos jeans e escolhem tonalidades escuras ou apenas o branco para as restantes peças de vestuário, vão ao barbeiro e ainda se servem do corta-unhas ou da tesoura, chamam-lhes retrossexuais. Todos os que têm as características deste último, com o acréscimo de serem viciados em novas tecnologias (*) e desporto, são tecnossexuais. Aqueles que são tudo isto, sem serem narcisistas, e encantam pelo seu magnetismo pessoal são uberssexuais… Tanta classificação soa-me a necessidade de busca pelo modelo de homem perfeito. E perfeição aborrece, provoca bocejo.

(*) não podem ter ar de nerd. Gostei especialmente deste pormenor.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Chega de Scarlett Johansson

Não foi fácil arranjar imagem substituta à altura, mas acho que não podia ter escolhido melhor. Acredito que haja quem discorde, mas entre ter à minha frente a Scarlett Johansson ou o Castelo de Neuschwanstein, vou sem dúvida pelo segundo. E acerta quem está a pensar que desta lista, o castelo é mesmo o meu eleito. Chamem-me romântica...